A ciência que desenvolve um dermocosmético sério vai muito além da formulação. Antes de chegar à pele, cada ativo passa por uma sequência rigorosa de testes que comprovam sua segurança, eficácia e compatibilidade com o organismo humano.
Entre os métodos mais importantes estão os ensaios in vitro e ex vivo — pilares da pesquisa contemporânea em biotecnologia, capazes de substituir modelos animais e oferecer resultados altamente precisos sobre o comportamento das substâncias na pele.
Mas o que exatamente significam esses termos e por que são tão relevantes para a confiabilidade de um produto dermocosmético?
Entendendo os ensaios in vitro
O termo in vitro significa “em vidro” — expressão que remete às pesquisas realizadas fora de organismos vivos, em ambiente controlado de laboratório, utilizando culturas celulares humanas.
Esses ensaios simulam o comportamento da pele em nível microscópico, permitindo observar como os ativos interagem com as células sem expor pessoas ou animais aos testes iniciais.
Em dermocosmética, os in vitro são usados para:
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Avaliar citotoxicidade, ou seja, se um composto pode causar danos às células;
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Verificar atividade anti-inflamatória, antioxidante e regenerativa;
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Medir absorção intracelular — quanto do ativo realmente penetra nas células cutâneas;
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Identificar a liberação de citocinas inflamatórias (como IL-6 e TNF-α), indicadores de irritação ou resposta imune.
Esses experimentos oferecem uma visão profunda sobre o comportamento biológico dos ativos e ajudam os pesquisadores a formular produtos mais seguros e eficazes.
Um exemplo prático: nos estudos conduzidos com a tecnologia BioCic®, foi possível observar, por microscopia de fluorescência, que os ativos nanoencapsulados atingem o interior de queratinócitos e fibroblastos — as principais células da epiderme e derme — em menos de 20 minutos, sem induzir inflamação. Isso é ciência aplicada diretamente à formulação
O que são ensaios ex vivo
Enquanto os ensaios in vitro estudam células isoladas, os ex vivo utilizam tecidos humanos reais obtidos de forma ética (geralmente fragmentos descartados de cirurgias plásticas ou biópsias).
Esses fragmentos mantêm a estrutura tridimensional da pele — epiderme, derme e junções celulares — o que permite análises mais próximas do comportamento biológico verdadeiro.
Os testes ex vivo são ideais para investigar:
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Penetração cutânea de ativos e sua distribuição entre as camadas da pele;
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Regeneração tecidual e formação de colágeno após o uso de determinadas substâncias;
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Reparo de barreira e velocidade de cicatrização em modelos de feridas simuladas.
Em modelos como o hOSEC (Human Organotypic Skin Explant Culture) — utilizado por centros de pesquisa parceiros da Pele Rara — é possível medir de forma quantitativa o avanço da cicatrização e observar histologicamente (por colorações como hematoxilina e eosina) a reorganização do tecido dérmico e a formação de novo epitélio
Os resultados desses ensaios oferecem evidências concretas de eficácia, como taxas de regeneração até duas vezes mais rápidas em comparação a formulações sem nanotecnologia ativa.
Substituição ao uso de animais e avanço ético da pesquisa
Um dos maiores avanços que esses métodos trouxeram foi a possibilidade de substituir os antigos testes em animais, ainda comuns em cosméticos convencionais.
Modelos in vitro e ex vivo oferecem precisão, repetibilidade e respeito ético, além de resultados mais relevantes para o ser humano, uma vez que utilizam tecido e células humanas reais.
No caso da Pele Rara, por exemplo, todo o portfólio de pesquisa utiliza metodologias alternativas validadas — em parceria com universidades como UFMG, USP e Hospital do Amor (Barretos) — assegurando que o desenvolvimento seja cruelty-free sem abrir mão do rigor científico.
Essa mudança de paradigma não é apenas ética; é também cientificamente superior. O comportamento da pele humana frente a nanopartículas, lipídios e emulsões é único — e os modelos de cultura humana conseguem reproduzir isso com fidelidade.
Do laboratório à pele: como esses ensaios garantem segurança real
Antes de chegar ao consumidor, um dermocosmético passa por três etapas fundamentais:
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Pesquisa pré-clínica (in vitro e ex vivo), para verificar segurança e eficácia;
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Análises físico-químicas, que testam estabilidade, pH e compatibilidade de ativos;
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Ensaios clínicos, conduzidos sob supervisão médica e ética, para validar os efeitos em voluntários.
Essa cadeia de validação garante que o produto final seja seguro, hipoalergênico e eficaz, especialmente para peles sensibilizadas ou em recuperação.
Em outras palavras: quando um dermocosmético sério chega ao mercado, ele já provou — cientificamente — que cumpre o que promete.
Ciência a serviço do cuidado
A pele é o maior órgão do corpo humano, mas também um dos mais vulneráveis. Garantir que um produto seja eficaz e gentil ao mesmo tempo é o desafio que move a biotecnologia dermocosmética.
Os ensaios in vitro e ex vivo são a base desse compromisso: traduzem a pesquisa em segurança, o rigor em confiança e a inovação em cuidado real.
É graças a eles que marcas comprometidas com a ética e a ciência podem oferecer dermocosméticos que curam, regeneram e respeitam — sem jamais ultrapassar os limites do que a pele pode suportar.