Radiodermite: o que é, porque acontece e como cuidar da pele durante e após a radioterapia

Radiodermite: o que é, porque acontece e como cuidar da pele durante e após a radioterapia

A radioterapia é um dos tratamentos mais eficazes no combate ao câncer, sendo fundamental em diversos protocolos oncológicos.

Todavia, apesar de sua eficácia, ela pode trazer efeitos colaterais significativos para a pele, sendo a radiodermite um dos mais comuns e desafiadores.

Essa não é apenas uma reação estética: ela impacta o conforto, a autoestima, a continuidade do tratamento e, principalmente, a qualidade de vida do paciente.

Entender o que é, por que acontece e como cuidar corretamente é essencial para atravessar esse período com mais segurança e menos dor. E neste artigo, vamos falar um pouco mais a respeito. Boa leitura!

O que é radiodermite?

Radiodermite é o nome dado à reação inflamatória da pele causada pela exposição à radiação ionizante durante o tratamento radioterápico.

Em outras palavras, é uma "queimadura" controlada, mas que pode variar de leve a severa, dependendo da dose de radiação, da área tratada, do tipo de pele e de outros fatores individuais.

Ela costuma aparecer entre a segunda e a terceira semana de tratamento, podendo persistir ou se agravar mesmo após o término da radioterapia.

Por que a radiodermite acontece?

A pele é composta por células que se renovam rapidamente — justamente o tipo de célula mais afetada pela radiação. Quando a radioterapia é aplicada, o objetivo é destruir células tumorais, mas as células saudáveis da pele na área irradiada também são impactadas.

Os efeitos incluem:

  • Dano direto ao DNA das células da pele, prejudicando a renovação celular.

  • Inflamação local, que leva a vermelhidão, inchaço e sensação de calor.

  • Diminuição das glândulas sudoríparas e sebáceas, tornando a pele mais seca e vulnerável.

  • Comprometimento da barreira cutânea, facilitando infecções e dificultando a retenção de água.

A combinação desses fatores resulta em uma pele fragilizada, que pode evoluir para descamação, fissuras, ulcerações e até infecções.

Quais são os graus de radiodermite?

A radiodermite é classificada em graus, de acordo com a gravidade:

  • Grau 1: eritema leve (vermelhidão), edema discreto, descamação seca;

  • Grau 2: eritema intenso, descamação úmida localizada (pequenas áreas com exsudação);

  • Grau 3: descamação úmida extensa, dor significativa;

  • Grau 4: ulcerações, necrose, risco de infecção grave.

O acompanhamento médico constante é fundamental para monitorar a progressão e indicar intervenções adequadas.

Sintomas e impactos no dia a dia

Além das alterações visíveis, a radiodermite pode trazer sintomas como:

  • Ardência e queimação constantes;

  • Coceira intensa;

  • Dor ao toque e ao vestir roupas;

  • Sensação de repuxamento ou ressecamento extremo.

Esses sintomas podem impactar a qualidade do sono, a mobilidade (dependendo da área tratada) e até a disposição para continuar o tratamento oncológico.

Cuidados com a pele durante a radioterapia

O cuidado preventivo é a chave para minimizar a gravidade da radiodermite. Antes mesmo do início da radioterapia, o paciente deve adotar medidas de proteção e fortalecimento da pele.

Escolha produtos suaves e específicos

Durante a radioterapia, use sabonetes suaves, sem fragrância, sem corantes e com pH fisiológico. Evite buchas, esfoliantes ou qualquer atrito mecânico.

Hidrate intensamente (e com os ativos certos)

A pele precisa de reforço lipídico e hidratação profunda. Ativos como:

  • D-pantenol, que promove reparação e ação calmante;

  • Niacinamida, com ação anti-inflamatória e regeneradora;

  • Alfa-bisabolol, que reduz irritação e vermelhidão;

  • Ceramidas, que ajudam a reconstituir a barreira cutânea.

A aplicação deve ser delicada, evitando esfregar.

Proteja contra fatores externos

Use roupas de algodão, amplas e macias. Evite calor excessivo, saunas, piscinas com cloro e exposição solar direta. O uso de protetor solar é permitido apenas se autorizado pelo médico, e, em muitos casos, é evitado na área irradiada durante o tratamento.

Evite soluções caseiras

Pomadas caseiras, compressas improvisadas ou óleos não indicados podem agravar o quadro. Sempre siga as orientações da equipe médica e do radioterapeuta.

Cuidados após o término da radioterapia

Mesmo após o fim das sessões, a pele continua em processo de regeneração, podendo levar semanas ou até meses para se recuperar totalmente.

Durante essa fase:

  • Continue a hidratação intensa, mesmo que a vermelhidão diminua.

  • Monitore a área irradiada para sinais de infecção (exsudato com odor, aumento de dor ou calor local).

  • Mantenha o uso de roupas leves e evite exposição solar.

A cicatrização completa vai depender do grau de radiodermite e do estado geral do paciente.

O papel da nanotecnologia biomimética

A nanotecnologia biomimética é uma aliada valiosa no cuidado da radiodermite.

Essa tecnologia permite entregar ativos reparadores em partículas muito pequenas, compatíveis com a estrutura da pele humana, aumentando a penetração e reduzindo o risco de reações adversas.

Para peles extremamente fragilizadas, como após radioterapia, isso representa uma vantagem significativa, pois acelera a recuperação e melhora o conforto do paciente.

Quando buscar ajuda médica

Procure o médico ou enfermeiro imediatamente se notar:

  • Áreas com secreção purulenta ou odor forte;

  • Dor intensa que impede atividades diárias;

  • Febre ou mal-estar geral;

  • Ulcerações extensas ou sinais de necrose.

A automedicação ou atraso no tratamento de complicações pode levar a infecções graves.

Conclusão

Como podemos ver, a radiodermite não é um simples efeito colateral — é uma condição que exige atenção, acolhimento e cuidado especializado. Mais do que amenizar sintomas, o cuidado correto pode determinar a continuidade e o sucesso do tratamento oncológico.

Na Pele Rara, desenvolvemos fórmulas com base em ciência, empatia e segurança: sem fragrância, sem corante, com pH fisiológico e ativos de alta tolerância, incluindo nanotecnologia biomimética.

Porque para nós, cuidar não é um ato superficial — é compromisso com a saúde, o conforto e a dignidade de quem confia na gente.

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